Djalma Vassão – Gazeta Press
Uma análise fria do desempenho de Neymar nas cobranças de pênalti mostra três verdades inquestionáveis.
A primeira: a proibição da paradinha, recurso ao qual sempre recorria, fez muito mal ao jovem craque nas cobranças.
A segunda: sem as paradinhas, Neymar virou um batedor de pênalti medíocre – ou até menos do que isso.
A terceira: como não pode mais dar paradinhas e insistir nas cavadinhas seria perigoso, arriscado e manjado, o diamante santista precisa mergulhar pesado no treinamento das cobranças sérias.
Cobranças diretas, no embalo, correu-chutou, com batidas sem firulas, presepadas ou rebolations.
Como faziam Zico, Bebeto, Zenon, Raí, Roberto Dinamite, Geovani e outros craques excelentes batedores de penalidades máximas.
E, claro, o Rei Pelé, quando não recorria à paradinha, que, lançada por ele, foi batizada no início de Paradinha de Pelé. Os mais velhos se lembram.
Os números provam tudo isso. Vejamos, pois.
Neymar, atesta um levantamento feito pelo jornal Lance!, bateu 16 pênaltis em 2010 até esta terça-feira (26).
Dos oito primeiros, cinco foram com paradinha, um com dupla paradinha e apenas dois diretos e colocados.
Nesta primeira metade, o craque perdeu dois, o primeiro colocado, contra o Corinthians, e o com dupla paradinha, contra o Ceará, chutado para fora.
Teve, portanto, 75% de aproveitamento nesta primeira metade.
Colocou três em cada quatro na caixa.
Um desempenho, no mínimo, aceitável.
Nos últimos oito, não teve paradinha: foram seis colocados e dois com a famosa cavadinha.
Pois bem: nesta segunda parte, ele perdeu quatro – uma cavadinha contra o Vitória e três colocados, contra o Grêmio, Goiás e o último, neste domingo (24), contra o Grêmio de Presidente Prudente.
Aproveitamento de apenas 50%. Para cada um que fez, perdeu outro.
Resumo da ópera: não adianta chorar a paradinha derramada. Se Neymar não quer prejudicar o Santos nestes momentos decisivos e, ao mesmo tempo, deseja tornar-se um batedor de pênalti à altura do jogador que é (e sobretudo do que ainda promete ser), precisa dar um pequeno mas urgente tempo nas cobranças de pênalti.
E começar a treinar – e muito – desde já, para ser eficiente com outra forma de bater.
R7.com